Se há algo inegável no trabalho de Abyss X é a sua pegada editorial, que ultrapassa em muito uma única editora de qualidade inegável — depois de passar pela Danse Noire e pela Halcyon Veil com peças de eletrónicas expandidas pela sua impressionante capacidade vocal de quatro oitavas, a artista pluridisciplinar grega chega agora a mais um selo invejável, lançado o novo Freedom Doll via AD93. O novo long play marca, também, uma nova vida na sua música, menos exploratória e mais orientada apra criações pop, com as suas composições apoiadas numa banda rock. Ainda assim, canta-se libertação de corpos, de géneros, de identidades sobre belas melodias de guitarra moduladas e distorcidas, recuperando uma industrialidade perdida nos anos 90 para a masculinidade tóxica. Abyss X prova que mais do que novas criações, precisamos de novas narrativas.